5G atrasado, Santa Ifigênia e mudanças climáticas
Fala aí seus bisavôs de moradores de Marte. Aqui quem fala é Kaluan Bernardo, editor do Gizmodo Brasil, trazendo mais uma vez as principais notícias de tecnologia e ciência da semana. Antes de começarmos a bater um papo, um recado: mudamos novamente o dia de entrega da newsletter — agora ela será enviada às terças-feiras (afinal, as segundas parecem estar muito atribuladas).
Bora lá? Nesta semana as explicações por trás do atraso do 5G no Brasil; a história da Santa Ifigênia, um dos maiores polos de comércio de eletrônicos de São Paulo; como o planeta está indo para o buraco e muito mais.
Qual o impacto do atraso do 5G no Brasil
Enquanto o mundo se prepara para acelerar a economia com a chegada do 5G, o Brasil ainda sequer fez os leilões das faixas que a internet ocupará por aqui. E este atraso poderá ter um impacto enorme no país, uma vez que indústrias inteiras, que dependerão da adoção massiva de tecnologias de internet das coisas, poderão ser impactadas.
Há também um custo social decorrente do atraso na adoção do novo padrão de internet por aqui. A desigualdade na conexão será maior e, com só uma parte da população tendo acesso a tecnologias que dependem do 5G, os abismos serão ampliados. Você pode entender um pouco mais dessa discussão aqui.
Como a Santa Ifigênia se tornou um polo de comércio de eletrônicos em São Paulo?
Todo paulistano que se preze já comprou algum componente eletrônico na região da Santa Ifigênia, no Centro de São Paulo. A região reúne centenas de lojistas que comercializam desde equipamentos de DJ a peças de computadores. Ela é assim desde a década de 1970, quando era frequentada principalmente por profissionais como eletricistas e técnicos de som.
Nós conversamos com comerciantes da região e com sociólogos do consumo que explicam como a lógica de feira livre e a ideia de cluster comercial moldaram um dos mais tradicionais bairros — e que hoje, ameaçado pela pandemia, se volta mais do que nunca para pirataria. Leia aqui.
2021 é o ano do "ou vai ou racha" para as mudanças climáticas
Um novo relatório de um dos painéis do clima da ONU foi enfático: se os países signatários do Acordo de Paris não adotarem medidas muito mais ambiciosas para frear as mudanças climáticas, nós vamos sofrer muito.
Infelizmente, a maioria dos países, incluindo os mais poluentes, ainda não atualizaram suas propostas e, se até o fim do ano, continuarmos nessa toada, o planeta vai esquentar acima da meta ainda na próxima década. Sim, estamos com uma enorme bandeira vermelha levantada.
Não querendo ser muito apocalíptico, mas sem poder fugir da realidade: as consequências das mudanças climáticas podem fazer a pandemia de Covid-19 ser fichinha. Inundações, estiagem, falta de comida e de água serão só alguns dos efeitos.
De acordo com o relatório, 2021 é um ano do "ou vai ou racha". E ao que tudo indica, estamos rachando — tal como este iceberg maior do que o Rio de Janeiro, que rachou essa semana na Antártica.
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A Nasa divulgou imagens impressionantes da descida da rover Perseverance em Marte e você pode assistir aqui.
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Você fica cansado depois de uma videoconferência? Existem motivos bem plausíveis para isso. E esse pesquisador mostra quatro deles.
Bora falar de astronomia. Pesquisadores teorizaram uma partícula que estaria em uma quinta dimensão e nos ajudaria a explicar o que é a matéria escura, tão presente no universo.
Inclusive, parece que os buracos negros do início do universo foram criados a partir da matéria escura.
Ainda sabemos muito pouco sobre os buracos negros, mas já temos um novo mapa deles. Este, com 25 mil pontos luminosos que parecem estrelas, é um dos mais completos já feitos.
E sabe aquela história da SolarWinds, que resultou na maior invasão cibernética dos EUA? Parece meme, mas não é: colocaram a culpa no estagiário, que criou uma senha bem idiota e permitiu a invasão.
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