A geopolítica do foguete chinês
Enquanto o Brasil sente saudades do BBB e pega fogo com a CPI da Covid-19, o Gizmodo Brasil vem mais uma vez conversar sobre ciência e tecnologia com você, que tá precisando pensar um pouco mais fora da caixinha. Vem junto.
O foguete que caiu na Terra
Na última semana, muito barulho foi feito pelo estágio central de foguete 5b da Longa Marcha da China que saiu de controle. Não se sabia quando seria a reentrada dos destroços do foguete na Terra e, portanto, era impossível prever aonde ele cairia. Embora houvessem chances de cair em áreas habitadas, elas eram ínfimas. No fim, caiu no Oceano Índico, próximo às Maldivas.
Mas, uma chance pequena não é o mesmo que zero. Há poucos meses, a SpaceX deixou cair detritos de um foguete numa fazenda em Washington. Há vários casos semelhantes na história dos lançamentos americanos. Ainda assim, a Nasa, que é parceira da SpaceX em diversas missões, criticou ferrenhamente a China pela “falta de transparência e de responsabilidade no caso”. Irônico.
Qual é a da Nasa com a China?
Sem entrar no mérito deste caso em específico, é preciso entender a geopolítica espacial na qual a China está inserida. Muito se fala sobre uma corrida espacial privada entre SpaceX e Blue Origin, mas há também uma corrida espacial internacional entre China e EUA – afinal, avançar no espaço é muito importante do ponto de vista militar.
Este texto do think tank LSE Ideas explora bem os riscos de acirrarem as tensões entre EUA e China pela conquista no espaço. Embora as disputas sejam boas para os avanços científicos, elas podem fazer com que se gere muito mais lixo espacial, países tenham que se dividir em blocos de acordo com “lados” e irresponsabilidades sejam cometidas em nome de “chegar primeiro” – um filme já visto muitas vezes nas corridas espaciais.
Essa reportagem do The Financial Times também coloca a questão em perspectiva, falando sobre como a China saiu do zero para uma das principais potências na conquista pelo espaço. E quais podem ser as implicações desse braço de ferro.
E qual era desse foguete chinês, afinal?
Independente da queda descontrolada criticada pela Nasa, o foguete chinês já fazia parte das disputas políticas da China com outros países no espaço. Isso porque a China estava cada vez mais isolada nada estação espacial internacional (ISS, na sigla em inglês) e resolveu criar sua própria estação espacial. O tal foguete fazia parte do programa de criação da tal estação – que deve ser concluído em 2022.
Uma estação espacial é útil para levar astronautas ao espaço e fazer experimentos com microgravidade. Desta vez, no entanto, ela poderá fazer isso de forma muito mais autônoma do que a ISS. Para entender os meandros e possibilidades dos projetos da estação espacial chinesa, que já é discutida desde 1992, recomendamos esse texto do MIT Technology Review e mais esse do China Power.
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