Contra censura do Facebook, Bolsonaro quer sua própria censura
27 de maio é Dia Mundial dos Meios de Comunicação. Você sabia? Nós também não. Só descobrimos olhando a Wikipédia para caçar um jeito de começar a conversa hoje. Quem escreve é o bom Giovanni Santa Rosa, que traz discussões importantes sobre um decreto “polêmico” de Bolsonaro, a chegada da HBO Max e otras cositas más.
Quais os problemas daquela ideia do Bolsonaro para limitar a remoção de conteúdos de redes sociais?
No fim da semana passada, circulou uma minuta (uma espécie de rascunho) de um decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para regulamentar o Marco Civil da Internet no que diz respeito à liberdade de expressão.
Em resumo, a proposta proibiria que redes sociais suspendessem contas ou removessem posts exceto por medida judicial ou em casos como nudez, atos sexuais, apologia ao crime, contas falsas ou controladas por robôs. Sabe aquele papo de Twitter banir o Trump etc? É o que Bolsonaro quer evitar para si.
O texto surgiu após críticas do próprio Bolsonaro ao que ele chama de censura — decisões de moderação das redes sociais para remover posts com informações falsas sobre a pandemia que, por várias vezes, removeram ou advertiram posts do presidente e até mesmo do Ministério da Saúde.
Nós conversamos com especialistas em direito, internet e liberdade de expressão, e eles criticam a proposta por vários motivos. O decreto extrapolaria o que diz o Marco Civil da Internet, o que é ilegal e inconstitucional. Além disso, abriria a porta para uma censura estatal das redes, ao delegar para o poder executivo a fiscalização da moderação das plataformas, com exceções que não estavam previstas em lei.
Não é que a moderação das redes sociais seja perfeita — muito pelo contrário, ela precisa de muitas melhorias e de mais transparência. Mas o decreto não contribuiria para isso ao simplesmente transferir o poder para o governo.
O HBO Max vem aí
O mercado de streaming vai ter mais um concorrente a partir de junho: é o HBO Max, serviço de filmes e séries on demand e canais ao vivo. A plataforma vai reunir conteúdo da WarnerMedia, e filmes da Warner chegarão ao acervo 35 dias depois do lançamento nos cinemas — o que é bem interessante em tempos de pandemia e salas fechadas ou limitadas. Para quem gosta de esportes, também haverá jogos da UEFA Champions League ao vivo — atualmente, os direitos de transmissão são do TNT Sports, que também é do grupo WarnerMedia e tem um serviço de streaming separado.
O app também será totalmente reformulado e substituirá o HBO Go, que era bem cheio de bugs e fez muita gente sofrer para acompanhar Game of Thrones.
O HBO Max chega no dia 29 de junho com duas opções de plano: uma totalmente móvel, que só pode ser usada em smartphones e tablets, e sem acesso simultâneo por R$ 19,97; e uma com resolução 4K, cinco perfis, até três telas simultâneas por R$ 28. Além disso, haverá vendas por operadoras de internet e TV. O DirecTV Go já avisou que novos assinantes ganharão dois anos de acesso grátis ao HBO Max. O DirecTV Go é da Vrio, que é da AT&T, que também é dona da WarnerMedia, então está tudo em casa.
O HBO Max até que não é dos streamings mais caros — os planos da Netflix, por exemplo, começam em R$ 21,90 — mas assinar todos os serviços disponíveis pode tranquilamente bater o preço de um pacote caro de TV por assinatura, como o pessoal do Interfaces mostrou neste levantamento.
Felizmente, há mais flexibilidade nos streamings, e até mesmo cancelar costuma ser um processo simples, resolvido em alguns cliques, bem menos dolorido do que passar minutos e minutos no telefone com o atendimento da operadora. Quem for realmente econômico pode até assinar e cancelar cada serviço com base nos lançamentos e no que quer (e vai ter tempo para) ver.
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A chegada do HBO Max não foi a única notícia da semana a agitar o mercado de entretenimento. A Amazon comprou os estúdios MGM, famosos pelo leão da abertura e pelos filmes do James Bond, por mais de US$ 8 bilhões.
Agora cabe a você decidir se compartilha ou não o número de likes nos seus posts no Instagram e no Facebook. A rede havia parado de exibir o total de curtidas em 2019 com um papo de saúde mental, mas parece que não era bem isso, né?
A B.1.612.7, variante do coronavírus detectada na Índia, já chegou ao Brasil. A vigilância falhou e deixou o paciente infectado chegar de avião em São Paulo, viajar para o Rio de Janeiro e ter contato com dezenas de pessoas.
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