Por que tudo está tão caro? A culpa é dos robôs
Boa noite, meus consagrados. Hoje é terça-feira, dia de newsletter do Gizmodo Brasil – aquele respiro no noticiário de política para você pensar um pouco mais em tecnologia e ciência. Quem vos escreve é Kaluan Bernardo e, nesta semana, vamos falar robôs cambistas, startups de astronomia, NFTs, Falcão e o Soldado Invernal e muito mais. Vem junto.
Robôs cambistas estão deixando tudo mais caro
Não é de hoje que os cambistas se aproveitam de produtos com muita demanda e pouca oferta. Mas, agora, eles estão usando robôs para comprar tudo rapidamente e depois revender pelo dobro do preço. É o que tem acontecido com os videogames da nova geração, placas de vídeo e até tênis.
Mas, afinal, isso é legal? Não exatamente. Embora não exista uma tipificação clara na legislação brasileira, é proibido manipular preços e mercados de forma que prejudique terceiros. É o que nos explicam advogados nesta reportagem.
A corrida espacial é privada e tem espaço pro Brasil
Desde que Elon Musk e Jeff Bezos entraram no jogo com a SpaceX e a Blue Origin, uma nova era da corrida espacial — desta ver privada — começou. E enquanto bilionários disputam para ganhar ainda mais dinheiro com viagens ao espaço, startups também correm por fora para lançar satélites, fazer experimentos com microgravidade, captar energia, minerar asteroides e muito mais.
Nasce um mercado completamente inédito chamado de New Space. O Brasil, um país de dimensões continentais e com diversos problemas ambientais, tem muitas oportunidades para empresas inovarem e movimentarem a economia deste mercado que já nasce bilionário. Resta saber se aproveitaremos as oportunidades, mas as cartas estão dadas — como mostramos em nossa reportagem.
Entendendo as NFTs... de uma vez por todas
O que acontece se você misturar o mercado da arte, um dos mais especulativos do mundo, com o de criptomoedas outro cheio de especulações? Acertou, jovem Padawan: temos ainda mais especulação movimentando milhões pra lá e pra cá enquanto todos observam sem entender nada. É basicamente isso o que está acontecendo com as NFTs.
Em linhas gerais, as NFTs são uma forma de aproveitar a tecnologia de blockchain para dar autenticidade a obras originais vendidas pela internet. As pessoas estão pagando milhões para comprar tuítes, GIFs e até mesmo músicas cantadas pelo Elon Musk. Por quê? Explicamos aqui.
O Grande Irmão está te observando... e ganhando muito dinheiro com isso
O Google está para o capitalismo de vigilância da mesma forma que a Ford está para o capitalismo industrial. É com essa premissa de que Shoshana Zuboff, professora emérita de Harvard, dedica mais de 800 páginas para explicar que a vigilância a qual estamos sendo submetidos não é apenas um problema de privacidade, mas uma lógica mercantilista completamente nova que, no longo prazo, pode fazer com que nossa existência seja toda moldada por plataformas exclusivamente interessadas em nos manipular para continuar extraindo nossos dados e ganhando dinheiro.
Antes que você comece a chorar em posição fetal, leia nossa resenha do livro “A era do capitalismo de vigilância”, que chegou ao Brasil no último mês.
É hora de relaxar
Temos boas dicas para você esquecer que o mundo está pegando fogo.
Se você é dos games: recomendamos jogar as aventuras de Lara Croft em Tomb Raider (em promoção na PlayStation Store); resolva quebra-cabeças para evitar que a humanidade padeça em AER Memories of Old (em promoção no PC); administre cidades melhor do que certos políticos em Cities Skylines (em promoção na Xbox Live); ou dirija sem enxergar a pista em Blind Drive (disponível para iOS e Android).
Se você é dos streamings: venha ser marvete com Falcão e o Soldado Invernal (na Disney+); beber rum enquanto assiste ao documentário O Reino Perdido dos Piratas (na Netflix); inspire-se com as lutas motivacionais de A Menina de Ouro (no Prime Video); ou curta toda sua brasilidade assistindo a’Os Maias (na Globoplay).
Se você é da produtividade: te indicamos dois clientes de e-mail e um serviço que respeita muito mais sua privacidade.
O que mais você precisa saber
- A ivermectina serve para curar piolho, não para tratar Covid-19. Mas, ela e outros remédios sem eficácia comprovada continuam sendo receitados como “Kit Covid”. “Mal não faz”, advogam alguns. Mas eles estão errados: começam a surgir cada vez mais evidências de que esses medicamentos estão prejudicando rins e fígados de pacientes.
- Já virou rotina noticiar vazamentos, mas não tem jeito: eles não param de acontecer. Desta vez, foi no site do finado Ministério do Trabalho. Não foram só seus direitos trabalhistas — a sua privacidade também acabou.
- Se você também é impaciente como eu, boa notícia: finalmente o WhatsApp copiou o Telegram e vai permitir acelerar áudio. Assim você pode descobrir mais rápido que caiu no gemidão daquele seu amigo que ainda está preso em 2016.
- O gigante acordou. Infelizmente, o gigante não é o nosso Brasil, mas sim um vulcão na Islândia. Assista ao vídeo dele entrando em erupção.
- Enquanto os EUA acusam a Huawei de espionagem, a China acusa a Tesla do mesmo. Elon Musk se defende, mas precisamos de um Xeroque Rolmes para saber se há base nessas tretas geopolíticas.
- Mark Zuckerberg, que já é pai de uma criança de seis anos, está preocupado com o que os baixinhos vão encontrar na plataforma que censura mamilos mas dá espaço para diversos absurdos. E por isso ele estaria criando um Instagram só para menores de 13 anos.
Pra quem lê em inglês
- Zack Snyder se redimiu com seu filme de quatro horas, mas quem tem esse saco para assistir um filme mais longo do que a introdução de uma música do Dream Theater? Pois é. Por isso a Wired fez um guia sobre como assistir o filme já dando a dica dos melhores momentos para ir ao banheiro.
- Sei que não é uma boa época para falar em festas de casamento, mas se você é um desses que ainda sonha em trocar alianças depois do apocalipse pandêmico, o New York Times fez uma ótima reportagem sobre como usar o Instagram para planejar o matrimônio.
- Falando em fim do mundo pandêmico, teve um grupo que passou incólume por tudo isso: os astronautas que já estavam isolados na Estação Internacional Espacial. E a Aeon mostrou como é a vida destes curiosos seres que, literalmente, estão assistindo ao caos pela janelinha.